Depois de capturar uma visão 360° de Marte e descobrir cristais de enxofre que ninguém sabe explicar como foram parar lá, o rover Curiosity, da NASA, segue para a próxima etapa de sua missão. Agora, ele se dirige a uma região conhecida como “Caixa”, formada por rochas que lembram teias de aranha e que se estendem por quilômetros – possivelmente guardando pistas sobre o passado aquático do planeta.
O equipamento acaba de deixar Gediz Vallis, um canal nas encostas do Monte Sharp, na Cratera Gale, onde pousou em 2011. Durante os meses que passou explorando o local, ele fez descobertas significativas, mas também enfrentou desafios, como a danificação de suas rodas enquanto se deslocava pelas encostas íngremes.
De acordo com um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, a “Caixa” – onde o rover deve chegar em janeiro – é uma área com características de superfície que se assemelham a tramas, com diâmetros variando entre 10 e 20 quilômetros. Essas formações rochosas, vistas pela primeira vez há décadas, nunca foram estudadas de perto.
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“Caixa” em Marte lembra formações terrestres
Vale ressaltar que as “teias” não são as famosas “aranhas de Marte”, formadas quando o gelo de dióxido de carbono sublima. As características da Caixa marciana lembram formações terrestres encontradas em cavernas, onde a água rica em calcita preenche fissuras nas rochas, endurecendo e criando estruturas cristalinas semelhantes a estalactites.
Aqui na Terra, tais formações ocorrem em cavernas, como no Parque Nacional Wind Cave, nos EUA, mas, em Marte, acredita-se que sejam resultado da mineralização deixada por antigos lagos e oceanos.
Pesquisadores aguardam que o Curiosity possa fornecer mais informações sobre como essas estruturas se formaram e o que elas podem revelar sobre o passado aquoso do Planeta Vermelho.
O estudo dos minerais presentes nessas formações pode ajudar a esclarecer a possibilidade de vida microbiana em Marte. Cientistas da missão, como Kirsten Siebach, da Universidade Rice, destacam que as condições no subsolo marciano poderiam ter sido favoráveis à sobrevivência de micróbios, o que torna a região da Caixa um alvo promissor para futuras descobertas.
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