Que atire a primeira pedra quem nunca fez uma loucura por sexo. Não vou entrar aqui em detalhes, mas conheço gente que viajou para outras cidades e até outros estados para ter esse momento íntimo.
Nenhuma loucura, no entanto, supera o que essa baleia jubarte macho (Megaptera novaeangliae) fez recentemente: ela cruzou 3 oceanos (!) para encontrar uma parceira.
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Ao todo, foram 13 mil quilômetros do Oceano Pacífico até o Oceano Índico, um recorde mundial e completamente incomum para a espécie.
Tanto que os pesquisadores acharam num primeiro momento que se tratava de um erro. Mas não. Esse jovem corajoso realmente atravessou o planeta em busca de se reproduzir.
O estudo científico
- Os pesquisadores fizeram a descoberta ao estudar um banco de dados e imagens chamado Happywhale.
- Eles se debruçaram sobre 10 anos de fotos, entre 2013 e 2022, e perceberam que o mesmo macho estava em dois lugares completamente distintos.
- Ele apareceu primeiro na Costa da Colômbia em 2013 e 2017.
- Cinco anos depois, no entanto, ele foi avistado no Canal de Zanzibar, na África (mas quase na Índia).
- A descoberta assustou os cientistas, pois as baleias jubarte geralmente seguem padrões de migração.
- Elas costumam se alimentar em águas frias, perto dos polos, e nadam em direção aos trópicos para reprodução.
- Só que é um movimento de norte a sul, e não de leste a oeste, como fez a baleia do estudo.
- A distância também surpreendeu: as jubartes nadam bastante (cerca de 8 mil quilômetros durante a migração).
- Esses 8 mil, porém, são bem menos que os 13 mil km registrados agora.
- Outro fato que chamou a atenção dos especialistas é que o macho do estudo foi fotografado vivendo com grupos distintos.
- Normalmente, essa espécie não se mistura com outras populações.
- O macho em questão, porém, foi pulando de grupo em grupo, até encontrar uma parceira do outro lado do mundo.
A motivação desse macho
Os pesquisadores acreditam que essa jornada foi motivada pelo sexo. E não o sexo que nós, humanos, conhecemos. No caso dos animais, eles se reproduzem como uma forma de perpetuar a espécie. Não por prazer.
Mais do que perpetuar a espécie, os cientistas acreditam que o macho do estudo tentou dar sequência à sua própria linhagem. E foi pulando de grupo em grupo, se misturando com outras populações até conseguir o seu objetivo.
Vale destacar que essa é uma das hipóteses. Outras razões para a aventura incomum da baleia podem ter a ver com mudanças ambientais que impactam a distribuição de alimentos; mudanças climáticas; e até mesmo o crescimento populacional de baleias jubarte, o que aumenta a competição entre machos da espécie.
Fato é que esse caso demonstra que as migrações da baleia jubarte são mais flexíveis do que os pesquisadores pensavam anteriormente. A natureza, mais uma vez, prova para nós que ela não é uma ciência exata.
Você pode ler a pesquisa na íntegra na revista Royal Society Open Science.
As informações são do Live Science.
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