Além de enfrentar a pressão inflacionária, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual e sinalizar aumentos de mesma magnitude nas próximas reuniões também teve um objetivo político: blindar a gestão de Gabriel Galípolo, que assumirá o comando do Banco Central em janeiro.
A reunião desta quarta-feira (11) foi a última presidida por Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A partir de janeiro, Galípolo, atualmente diretor de política monetária e indicado pelo presidente Lula, assumirá a liderança do Banco Central.
A decisão de uma alta expressiva na Selic sob a gestão de Campos Neto dilui o ônus político entre os atuais membros do Copom, evitando que Galípolo inicie sua gestão sob pressão política devido à resistência explícita de Lula contra o aumento dos juros. “O Copom protegeu o início da gestão de Galípolo”, afirmou ao blog uma fonte da equipe econômica.
Havia uma percepção interna de que Galípolo poderia enfrentar forte desgaste político caso tivesse que implementar medidas mais rigorosas logo no início de sua gestão. Reservadamente, até integrantes da equipe econômica admitiam que ele estaria em uma posição delicada diante da necessidade de endurecer a política monetária.
O comunicado do Copom trouxe um alerta claro: além do cenário externo, a questão fiscal tornou-se uma preocupação central. A alta na Selic é uma resposta à desidratação do pacote fiscal, que demorou mais de um mês para ser anunciado e ainda não foi votado pelo Congresso, em meio a tensões políticas relacionadas à liberação de emendas parlamentares.
“O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”, destacou o comunicado do Copom.
Segundo uma fonte da equipe econômica, o trecho é um recado direto: a postura mais firme do Banco Central é uma consequência de um pacote fiscal considerado tímido e insuficiente para reverter a trajetória de endividamento público. A proposta inicial do governo incluía medidas mais robustas, mas enfrentou resistência política, inclusive do presidente Lula.
A reunião desta quarta-feira (11) foi a última presidida por Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A partir de janeiro, Galípolo, atualmente diretor de política monetária e indicado pelo presidente Lula, assumirá a liderança do Banco Central.
A decisão de uma alta expressiva na Selic sob a gestão de Campos Neto dilui o ônus político entre os atuais membros do Copom, evitando que Galípolo inicie sua gestão sob pressão política devido à resistência explícita de Lula contra o aumento dos juros. “O Copom protegeu o início da gestão de Galípolo”, afirmou ao blog uma fonte da equipe econômica.
Havia uma percepção interna de que Galípolo poderia enfrentar forte desgaste político caso tivesse que implementar medidas mais rigorosas logo no início de sua gestão. Reservadamente, até integrantes da equipe econômica admitiam que ele estaria em uma posição delicada diante da necessidade de endurecer a política monetária.
O comunicado do Copom trouxe um alerta claro: além do cenário externo, a questão fiscal tornou-se uma preocupação central. A alta na Selic é uma resposta à desidratação do pacote fiscal, que demorou mais de um mês para ser anunciado e ainda não foi votado pelo Congresso, em meio a tensões políticas relacionadas à liberação de emendas parlamentares.
“O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”, destacou o comunicado do Copom.
Segundo uma fonte da equipe econômica, o trecho é um recado direto: a postura mais firme do Banco Central é uma consequência de um pacote fiscal considerado tímido e insuficiente para reverter a trajetória de endividamento público. A proposta inicial do governo incluía medidas mais robustas, mas enfrentou resistência política, inclusive do presidente Lula.