A equipe médica do presidente afirma que a intervenção estava prevista e dizem que Lula está lúcido e conversando. Lula passará por procedimento para complementar cirurgia na cabeça realizada ontem (10)
Os médicos do presidente Lula anunciaram que ele vai passar na manhã desta quinta-feira (12) por um novo procedimento na cabeça, complementar à cirurgia realizada na terça-feira (10). A equipe médica informou que é um procedimento simples e de baixo risco para evitar novos sangramentos.
Nesta quarta-feira (11), o primeiro boletim médico do Hospital Sírio-Libanês foi divulgado ao meio-dia. Os médicos afirmaram que o presidente Lula permanece internado, sob cuidados intensivos para o tratamento da hemorragia intracraniana; que evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências; que está lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem; e que permanece ainda com dreno enquanto aguarda novos exames de rotina.
Às 16h30, em um novo boletim, os médicos afirmaram que Lula passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares. O boletim informou ainda que, como parte da programação terapêutica, o presidente fará uma complementação de cirurgia com procedimento endovascular – uma embolização de artéria meníngea média – na quinta-feira (12) pela manhã.
Lula vai passar por novo procedimento na cabeça para evitar a possibilidade de novos sangramentos
Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente Lula passou por uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10) em São Paulo. Foi depois que ele sentiu dores na cabeça, provocadas por um sangramento intracraniano. Uma consequência de uma queda que Lula sofreu em outubro, quando bateu a cabeça no banheiro do Palácio da Alvorada.
No procedimento de terça-feira (10), chamado de trepanação, os médicos retiraram o sangue que se acumulou dentro de uma cápsula de 3 cm entre o osso e uma das membranas que formam as meninges, a camada dura-máter. Os cirurgiões fizeram duas pequenas perfurações e lavaram a área com soro. Depois, colocaram um dreno para remover o líquido acumulado na cápsula, que pressionava o crânio e provocava dores, mas sem afetar o cérebro.
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Agora, nesta segunda etapa complementar, a equipe fará uma embolização. Neste tipo de procedimento, um catéter, que é um pequeno tubo, é introduzido pela artéria femoral, na perna, e chega até a entrada da artéria da meninge, na cabeça. Então, a artéria da meninge vai ser obstruída por um material cirúrgico que é inserido por dentro do catéter. Ao fechar a artéria, o material cirúrgico impede a vascularização para a cápsula do hematoma. O objetivo é ajudar a evitar novos sangramentos no futuro.
O cardiologista Roberto Kalil Filho, médico pessoal de Lula
Jornal Nacional/ Reprodução
Às 17h30, o cardiologista Roberto Kalil Filho, médico pessoal de Lula, falou com a imprensa no Hospital Sírio-Libanês. Kalil disse que a evolução do presidente tem sido ótima e reforçou que ele está bem. Segundo o médico, esse tipo de procedimento já estava sendo discutido como complemento desde a cirurgia de terça-feira (10).
Roberto Kalil Filho disse, ainda, que o procedimento deve durar cerca de uma hora e não será realizado em um centro cirúrgico:
“A evolução do presidente foi ótima, o presidente se encontra bem, sentado, conversando, se alimentando, ok. Já estava sendo discutido como complemento ao procedimento cirúrgico esse tipo de embolização, que é um tipo de cateterismo que ele vai embolizar a chamada artéria meníngea. Por quê? Porque quando você drena um hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento, entendeu? Então isso não é impossível acontecer. Este procedimento complementar ao procedimento cirúrgico é para minimizar o risco de, no futuro, isso acontecer. Isso faz parte dos protocolos atuais. É um procedimento de baixo risco que foi muito discutido com a equipe médica no dia de hoje. Então, esse é o procedimento relativamente simples. Evidentemente se esperou uma evolução extremamente boa do presidente para ir à frente com esse procedimento”, explicou o cardiologista Roberto Kalil Filho.
“Para a gente reduzir mais ainda essa chance, a gente faz esse procedimento. Como o Kalil já falou, desde o momento zero, dentro do centro cirúrgico, já existia essa programação. O que faltava era a gente bater o martelo em qual momento seria melhor fazer e foi discutido hoje em visita médica”, disse Ana Helena Germoglio, infectologista e coordenadora de saúde da Presidência.
Os médicos disseram que foi o próprio presidente Lula quem pediu que a informação do novo procedimento fosse divulgada nesta quarta-feira (11) no boletim do hospital e que o procedimento não deve atrasar a previsão de alta de Lula – no começo da semana que vem.
“Esse procedimento não atrasa a alta, não fica mais tempo por causa disso. A discussão é retirar o dreno já durante o procedimento”, afirmou Roberto Kalil Filho.
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