Durante a votação da proibição de células nas escolas, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, houve uma discussão entre deputados da direita, incluindo acusações de “bundamolice” e “frouxidão” entre os congressistas.
Durante a votação, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Alberto Neto (PL-AM), Diego Amorim (Republicanos-PR) e Soraya Santos (PL-RJ) defenderam a medida, enquanto Julia Zanatta (PL-SC), Gilson Marques (Novo-SC), Marcos Pollon (PL – MS) e Bia Kicis (PL – DF) se posicionaram contra o texto. Caroline de Toni (PL-SC) presidente da Comissão, chegou a pedir intervenção da segurança, mas os agentes da Polícia Legislativa não precisaram atuar.
Um dos argumentos dos que foram contra foi a impossibilidade de que alunos pudessem gravar seus professores para mostrar possíveis ato de doutrinação ideológica. Já os que defendiam a medida apontaram que tal ação foi permitida pelo texto, que autoriza o uso de celulares para “garantir os direitos fundamentais” do estudante.
Durante o debate sobre o texto, o deputado Marcos Pollon fez criticas aos congressistas da direta. “Começo repetindo uma piada que escuto sempre: ‘No Brasil, até a direita é de esquerda’. Fico surpreso de ver alguns colegas que, de coração, com sinceridade, acreditam que são conservadores e defendem um projeto esquerdista desse”, disse.
O relator do texto na Comissão de Educação, Diego Amorim, fez reclamações depois que o texto foi aprovado por 45 votos a favor e 14 contra. “Agora vamos precisar pedir autorização para entrar no clubinho. Se não, não vamos poder dizer que somos conservadores ou de direita. Se for assim, o deputado Nikolas [Ferreira] também é de esquerda agora, já que ele pautou o projeto na Comissão de Educação”, declarou.
Já Zanatta disse que a direita tem “muitos revolucionários de marcha lenta”. A fala foi feita depois que Alberto Neto e Soraya defenderam a medida. “[A direita] está precisando de menos bundamolice, de menos frouxidão, para que a gente avance pautas necessárias firmes e fortes em defesa das nossas liberdades”, afirmou Zanatta.
Durante a discussão, Nikolas Ferreira, que preside a Comissão de Educação, pediu para se defender por ter pautado o texto. “Não preciso provar minha fidelidade ao que eu falo. Porque eu vivo aquilo que prego. Se não fosse esse projeto, seria o do governo, que seria muito pior”, disse.