Fatores climáticos e aumento na demanda pela variedade arábica aumentaram o preço do café no mercado. Apesar disso, poucos produtores tiveram lucro. Pó de café está quase 48% mais caro; entenda
A emergência climática e o aumento na demanda pelo café arábica encareceram o pó de café no Brasil. Apesar do aumento nos preços, poucos produtores tiveram lucro.
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Um levantamento feito pelo departamento de pesquisa do grupo Unis apontou que o preço do café aumentou 47,78% somente em Varginha (MG). O dado foi obtido em comparação com o mesmo período do ano passado.
A diminuição da produção de café na variedade conilon em países asiáticos diminuiu a oferta mundial e aumentou a demanda pelo arábica. Além disso, fatores climáticos também interferiram na próxima safra.
“A indústria tem que repassar esse aumento para o preço final do produto e há também um aumento muito forte nos insumos que são usados na produção. O consumidor vai sentir uma elevação e que deve continuar nos próximos meses no curto prazo porque o café está batendo recorde de cotação internacional”, explica o economista da Unis Pedro Portugal.
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, as exportações brasileiras de café já alcançaram o recorde anual de 46,399 milhão de sacas. O número supera em 3,78% o maior volume registrado até então, que aconteceu durante o ano de 2020.
Diminuição da produção de café conilon e emergência climática aumentaram demanda pela variedade arábica
Reprodução/TV Gazeta
A Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), recebeu 1,760 milhão de sacas neste ano. Apenas no mês passado, a cooperativa exportou 346.400 sacas de café para 53 países.
“Em matéria de vendas, somente esse ano, nós já vendemos 1,9 milhão de sacas. Ou seja, já vendemos o equivalente à produção de 2023 inteira e mais um pouco do estoque que tínhamos”, afirma Jacques Fagundes Miari, presidente do conselho da Cocatrel.
Apesar do aumento de 48% de exportações na Cocatrel em relação a novembro do ano passado, o presidente da cooperativa alega que poucos produtores de café têm lucrado com a alta dos preços, que atingiu a maior cotação em dólar dos últimos 40 anos.
Poucos produtores estão lucrando com a alta nos preços do café, afirma o presidente da Cocatrel
Reprodução/TV Gazeta
“Tem produtores que estão em uma situação muito boa, alguns que estão tentando controlar as suas contas e outros que estão tendo enormes prejuízos. Para a próxima safra, ele já está com um desafio que veio aí de seca e altas temperaturas. Uma queda de no mínimo 20% da safra, podendo alcançar números maiores que 30%”, explica
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