As embaixadas dos Estados Unidos, da Itália e da Espanha em Kiev, capital da Ucrânia, voltaram a funcionar nesta 5ª feira (21.nov.2024). Elas haviam sido fechadas temporariamente na 4ª feira (20.nov) depois de alertas de ataques aéreos da Rússia em território ucraniano.
O aviso de “ataque aéreo significativo” se deu 1 dia depois que a Ucrânia realizou ataques em território russo com mísseis de longo alcance fabricados pelos Estados Unidos. O uso foi autorizado pelo presidente norte-americano, Joe Biden (Partido Democrata).
O fechamento temporário das embaixadas foi criticado pela Ucrânia. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país disse que aliados do ocidente não deveriam aumentar a “tensão” do conflito ao realizar tais movimentações. “A ameaça de ataques (…) lamentavelmente é uma realidade cotidiana para os ucranianos há mais de 1.000 dias”, declarou.
“A Embaixada da Itália em Kiev, que sempre se manteve operacional, reabriu hoje [5ª feira (21.nov)] ao público normalmente. Recomenda-se continuar a seguir as medidas habituais de mitigação de riscos e dirigir-se imediatamente ao abrigo mais próximo em caso de alarme”, escreveu a embaixada italiana em seu site oficial.
A Rússia havia afirmado que ataques ucranianos com mísseis de longo alcance seriam considerados como uma escalada nos conflitos. Na 3ª feira (19.nov), o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse em uma entrevista a jornalistas que considerava a investida ucraniana como “uma fase qualitativamente nova da guerra ocidental contra a Rússia”. No mesmo dia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto de ampliação do uso de armas nucleares pelas Forças Armadas do país.
“Por mais ataques brutais e traiçoeiros da Rússia que tenhamos suportado, é sempre importante prestar atenção aos avisos de ataques aéreos”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky em um discurso em vídeo na última 4ª feira (20.nov). “Temos um vizinho que é louco”, afirmou. O chefe de Estado disse ainda que “mensagens de pânico” que circulam “só ajudam a Rússia”.
A embaixadora dos EUA na Ucrânia, Bridget A. Brink, confirmou a reabertura da embaixada norte-americana por meio de uma publicação no X (ex-Twitter). “Continuamos encorajando os cidadãos dos EUA a permanecerem vigilantes, a monitorarem as fontes oficiais ucranianas em busca de atualizações e a estarem preparados para se abrigarem no local se um alerta aéreo for anunciado”, escreveu.
“A Embaixada da Espanha na Ucrânia reabriu depois de evacuação temporária. A unidade consular continua desempenhando as suas funções, de forma limitada, em Varsóvia. Fique atento às atualizações feitas nas recomendações de viagens e às informações publicadas nas redes @EmbEspKyiv @MAECgob”, escreveu a embaixada espanhola em seu site oficial.