O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 21, sobre a operação Contragolpe, que mira uma suposta organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado e os assassinatos do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A convocação acontece a menos de dois dias do ex-ajudante de ordens prestar depoimento à PF. Na terça-feira, Cid negou envolvimento no planejamento da tentativa de assassinato das autoridades.
Ao jornal O Globo, a defesa de Mauro Cid disse que ele está tranquilo e que a “expectativa é boa para esclarecer bem o que a polícia pretende”.
Conforme mostrou a EXAME, os investigadores consideraram que o militar foi omisso e contraditório. As investigações indicam que Cid tinha conhecimento do plano e participou da articulação.
A nova fase da investigação acontece após a corporação recuperar dados apagados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid. Conforme reportagem divulgada pelo blog de Daniela Lima, do G1, as informações questionam a veracidade de sua colaboração premiada e levantam suspeitas de omissões relevantes.
Durante o depoimento de três horas, o tenente-coronel disse que ter deletado arquivos de seu celular, mas alegou que não imaginou “que isso se tratava de alguma ilegalidade”.
No acordo de delação, Cid se comprometeu a revelar todos os fatos e detalhes envolvendo a trama golpista.
Segundo relatório da PF, as mensagens apagadas tratam de um dos pontos mais importantes acerca da trama golpista, que foi o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.
Por essa razão, a PF defende que os benefícios concedidos ao tenente-coronel pelo acordo de delação devem ser anulados.