O Senado Federal aprovou nesta segunda-feira, 18, mudanças no projeto de emendas, alterando a forma como as verbas parlamentares podem ser controladas pelo governo. Apesar de o texto-base ter sido aceito anteriormente, a exclusão do termo “bloqueio” de emendas durante a votação dos destaques representa uma vitória dos parlamentares sobre o governo. Dessa forma, as emendas só poderão sofrer “contingenciamento”, que depende de queda na arrecadação.
Na prática, a substituição reduz o poder do governo de ajustar despesas em momentos de alta nos gastos. Apenas 14 senadores apoiaram o governo na tentativa de manter a possibilidade de bloqueio, enquanto 47 votaram contra.
Verbas da Saúde
Outra decisão foi a exclusão da obrigatoriedade de destinar 50% das emendas de comissão para a saúde. O novo texto permite que essas verbas sejam usadas para qualquer programa de “interesse nacional ou regional”, ampliando a liberdade de destinação.
Entre outras mudanças se destacam:
- Aumento do número de emendas de bancada de 8 para 10;
- Permissão para ajustes em planos de trabalho de transferências especiais, caso inconsistências sejam identificadas por órgãos de fiscalização;
- Eliminação da proibição de destinar recursos a obras inacabadas de autoria de outros parlamentares.
Impactos no orçamento
O texto aprovado estabelece novos limites de valores para as emendas. Em 2025, as emendas de comissão terão R$ 11,5 bilhões adicionais ao montante fixado pela Constituição. Para 2026, os valores serão corrigidos pela regra do arcabouço fiscal. Além disso, o Senado avançou em mecanismos para aumentar a transparência nas chamadas “emendas Pix”.
Essas mudanças acontecem em meio a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a suspensão de execuções de emendas parlamentares por conta de irregularidades apontadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).
“O autor da emenda deverá informar como o dinheiro será gasto e garantir a transparência nos portais oficiais.”