Meiruze de Freitas e Antônio Barra Torres estavam no cargo desde novembro de 2020 e participaram da diretoria da agência durante a pandemia da covid 19. Mandato de dois diretores da Anvisa terminam agora, em dezembro.
Divulgação/Ascom
Os mandatos de dois diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acabam neste mês. O mandato da diretora Meiruze Freitas termina nesta quinta-feira (12) e o do diretor-presidente, Antônio Barra Torres, se encerra no próximo dia 21.
Com isso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem de indicar nomes para ocupar as vagas na diretoria da agência. Depois de enviar as escolhas ao Senado Federal, os indicados passam por uma sabatina na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e por aprovação do plenário da casa.
🔎Enquanto não são enviadas as indicações, os cargos vagos serão ocupados por integrantes da lista de substituição que é formada por servidores da própria Anvisa.
Os diretores Meiruze Freitas e Antônio Barra Torres estavam no cargo desde novembro de 2020. Eles participaram da direção da Anvisa durante a pandemia da covid 19 e das votações que aprovaram vacinas contra a doença. Na época, a atuação da Anvisa foi criticada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (relembre mais abaixo).
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Em fala inicial, durante a reunião da diretoria da Anvisa desta quarta-feira (11), Freitas se despediu do cargo e fez um balanço da sua gestão reforçando a importância do trabalho da agência durante a pandemia. Ele dirigia a segunda diretoria, responsável pela avaliação de alimentos, aditivos, embalagens e medicamentos.
“É com muito respeito e gratidão que concluo o mandato de diretora da Anvisa amanhã [quinta-feira], no dia 12. Durante o meu mandato, tive a honra de colaborar com os guardiões da ciência e da ética, entre os quais destaco o time muito dedicado da Anvisa, para enfrentar os desafios regulatórios que a pandemia de covid 19 nos impôs”, afirmou Meiruze Freitas.
“Mesmo diante de obstáculos significativos conseguimos garantir à população brasileira acesso mais rápido e seguro a vacinas, medicamentos, produtos biológicos, além de aprimorar nossos processos regulatórios tornando-os mais ágeis e transparentes”, prosseguiu a diretora.
Ela destacou também que investiu na linha de comunicação entre a Anvisa e população acerca de riscos e benefícios de produtos usados no cuidado com a saúde.
“Combatemos de forma incisiva as fake news que tanto prejudicaram os brasileiros. Olhando em retrospectiva vejo o quanto essa providência foi necessária e ajudou mudar o curso da história”, argumentou.
Críticas à Anvisa
Durante a sua gestão, o ex-presidente Jair Bolsonaro minimizou a morte pela covid, atacou a vacinação infantil contra a doença e pôs em dúvida da honestidade da Anvisa por ter aprovado imunizantes para essa faixa etária.
Na época, o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, cobrou que Bolsonaro se retratasse pelos ataques. O diretor chegou a dizer em entrevista à Globonews que seria melhor enfrentar a pandemia com o apoio do presidente à vacinação.
Além disso, o ex-presidente da república criticou o pedido da Anvisa para a adoção de medidas mais rígidas no acesso de viajantes ao país durante a pandemia e chegou a afirmar que a agência queria “fechar o espaço aéreo”.
Também classificou como “coleira” o chamado passaporte da vacina, adotado em outros países e defendido por cientistas e pela Anvisa como requisito para entrada de turistas no Brasil.