O BB (Banco do Brasil) anunciou nesta 2ª feira (18.nov.2024) no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, uma série de parcerias para a promoção de práticas sustentáveis durante a agenda complementar à Cúpula de Líderes do G20. As parcerias com bancos da Itália e da Alemanha acumulam investimentos iniciais de 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão hoje).
“É muito importante anunciar esses acordos nesse momento do G20 no Brasil. O G20 nunca tratou dessa maneira, com esse conteúdo, a questão social, a pauta ambiental, a pauta da transição energética, de energia renovável e de combate à fome e desigualdade”, disse José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil.
O KFW (banco de desenvolvimento da Alemanha) firma com o Banco do Brasil um memorando para financiar iniciativas de bioeconomia na Amazônia. O acordo prevê o montante inicial de 50 milhões de euros em investimentos em sócio-bioeconomia, direcionados a comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas.
Segundo Henrique Vasconcelos, executivo de negócios e finanças sustentáveis do BB ao Poder360, o montante de 50 milhões de euros do banco alemão pode chegar a 150 milhões. No total, 800 milhões de euros podem vir desses investimentos ( R$ 4,8 bi hoje), que começaram recentemente, mas foram anunciados nesta 2ª feira. Desse montante, disse que o BB já tem R$ 1,5 bilhão aplicados em projetos de bioeconomia
O BB anunciou também uma operação de 500 milhões de euros com o CDP (banco de fomento da Itália) e a Sace (agência de garantia italiana) para apoiar a recuperação de áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul, fomentar micro e pequenas empresas e ampliar o comércio bilateral. As operações sustentáveis com a agência italiana somam, agora, 500 milhões de euros.
Para fortalecer a cadeia de biocombustíveis, foi firmado um acordo técnico entre o BB e a Pbio (Petrobras Biocombustível), segmento da petrolífera dedicado à produção de biodiesel. O acordo visa explorar oportunidades no setor de biocombustíveis, assegurando a aquisição de insumos de fornecedores e cooperativas.
“A Petrobras biocombustível tem hoje 14% de biocombustível no diesel e, no ano que vem [2025] vai chegar a 15%. Esse é um projeto que nos orgulha muito e que além de fornecer combustível ajuda no reflorestamento”, disse Sasseron.
Além disso, estão previstos compromissos para a atração de investimentos com mais instituições financeiras estrangeiras.
“O Banco do Brasil carrega uma história de 216 anos. Os investidores nos questionam muito pelos resultados trimestrais, e nós respondemos que nos preocupamos com o resultado sustentável”, disse o vice-presidente financeiro do Banco do Brasil, Geovanne Tobias.
Até 2030, o banco pretende reduzir 90 milhões de toneladas de CO₂ e ampliar sua atuação no mercado de créditos de carbono, com foco nos biomas brasileiros. As ações anunciadas tem como foco inicial a Amazônia, mas podem chegar a outros biomas.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Bruna Aragão sob a supervisão da editora-assistente Rafaela Rosa