Cientistas anunciaram na quarta-feira (20) um marco significativo no desenvolvimento do atlas biológico das células humanas, apresentando o primeiro esboço do desenvolvimento esquelético.
O projeto, que visa catalogar todos os tipos de células do corpo humano, busca aprimorar a compreensão da saúde humana e facilitar o diagnóstico e tratamento de doenças.
Iniciado em 2016, o Human Cell Atlas envolve pesquisadores de diversas partes do mundo e representa um esforço colaborativo sem precedentes no campo da biologia celular.
O objetivo é ter um primeiro rascunho do atlas completo em um ou dois anos.
De acordo com os pesquisadores, o corpo humano é composto por aproximadamente 37 trilhões de células, cada uma desempenhando funções únicas.
Aviv Regev, co-presidente do projeto e vice-presidente executiva da Genentech, destacou a importância do trabalho em dois níveis: a curiosidade humana fundamental e a necessidade prática de compreender e tratar doenças.
“As células são a unidade básica da vida, e quando algo dá errado, isso acontece com nossas células, em primeiro lugar,” afirmou Regev.
Os pesquisadores se concentraram no mapeamento do desenvolvimento esquelético durante o primeiro trimestre da gravidez, identificando todas as células e interações envolvidas no crescimento ósseo.
Eles descobriram como a cartilagem serve como um suporte crucial para o desenvolvimento ósseo, exceto na parte superior do crânio.
Além disso, mapearam as células essenciais para a formação do crânio e investigaram como mutações genéticas podem levar a problemas no desenvolvimento do cérebro de recém-nascidos.
Os dados obtidos podem ser utilizados como alvos diagnósticos e terapêuticos para condições congênitas.
Os pesquisadores também identificaram um tipo de célula intestinal que pode estar relacionado a inflamações, o que pode ser relevante para doenças como a doença de Crohn e colite ulcerativa.
Além disso, apresentaram um atlas do timo em desenvolvimento. O timo um órgão vital para a formação de células imunológicas que protegem contra infecções e câncer.
As descobertas foram publicadas na revista Nature e em suas publicações afiliadas, ressaltando a importância do projeto na compreensão de doenças como câncer e COVID-19.
“Compreender a complexidade do desenvolvimento humano em nível celular é crucial para o avanço das estratégias diagnósticas e terapêuticas”, disse Muzlifah Haniffa, membro do comitê organizador do projeto.
(Com Reuters)
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