Rio de Janeiro – A declaração final dos líderes na Cúpula do G20 defende a taxação de super-ricos como forma de reduzir a desigualdade social e pede por cessar-fogo nos conflitos em Gaza e na Ucrânia. Leia a íntegra
O documento, divulgado no começo da noite desta segunda, 18, foi negociado pelos países ao longo de meses e aponta diretrizes e acertos comuns entre os membros do G20, que somam 19 países, a União Europeia e a União Africana (veja lista completa ao final da reportagem).
O comunicado dá destaque às três prioridades que o Brasil escolheu durante seu período na Presidência do grupo: o combate à pobreza, a reforma da governança global e a transição energética.
Entre as medidas defendidas pela declaração, está a taxação de milionários. “Com todo o respeito à soberania fiscal, buscamos nos engajar cooperativamente para garantir que indivíduos ultrarricos sejam efetivamente taxados. A cooperação pode envolver troca de melhores práticas, encorajar debates sobre princípios fiscais e criar mecanismos anti-evasão”, diz o texto.
Guerras em Gaza e Ucrânia
A declaração final pede por paz nos conflitos em Gaza e na Ucrânia, mas sem detalhar como um cessar-fogo poderia ser alcançado.
Sobre a crise no Oriente Médio, o documento reafirma o compromisso com uma solução de dois Estados, onde “Israel e um estado palestino vivam lado a lado em paz, com fronteiras seguras e reconhecidas”.
Sobre Ucrânia, a carta diz que são bem-vindas “todas as iniciativas relevantes e construtivas para apoiar uma ampla, justa e durável paz”. Não há menções à Rússia, que invadiu o país vizinho.
A reunião de cúpula do G20 termina nesta terça, 19, quando haverá a terceira e última sessão, sobre mudanças climáticas e transição energética. Depois disso, haverá a transferência simbólica da presidência do G20 do Brasil para a África do Sul.
O grupo une 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) — integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O G20 agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
O G20 se reúne anualmente para debater questões geopolíticas e econômicas. O bloco não tem poder para determinar medidas obrigatórias aos países, mas serve como espaço de debate e trocas de experiências e iniciativas, a serem adotadas posteriormente pelos países-membros.