A moeda norte-americana fechou em alta de 0,56%, cotada a R$ 5,7695. Já o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, terminou o dia quase estável, subindo 0,03%, aos 127.874 pontos. Dólar
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O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (11), em mais um pregão em que o foco dos investidores são as contas públicas. O mercado aguarda, desde o fim das eleições municipais, o anúncio de um pacote de corte nos gastos que equilibre as contas do governo e possibilite o cumprimento do arcabouço fiscal.
A equipe econômica, porém, continua discutindo o pacote nesta semana. Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que valoriza o dólar em detrimento do real.
Enquanto aguarda o anúncio, o mercado repercute os resultados do setor público consolidado, divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta manhã. Em setembro, as contas apresentaram um déficit primário (quando os gastos ficam acima das receitas) de R$ 7,34 bilhões, mas a dívida pública recuou para 78,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Além disso, o BC também divulgou a nova edição do boletim Focus — relatório que traz as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país. As expectativas para a inflação subiram pela sexta semana consecutiva e são de 4,62% para 2024, acima do teto da meta.
Em meio ao cenário, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou perto da estabilidade.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em alta 0,56%, cotado a R$ 5,7695. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8163. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,56% na semana;
recuo de 0,20% no mês;
ganho de 18,90% no ano.
Na última sexta-feira, a moeda subiu 1,09%, cotada a R$ 5,7372.
Ibovespa
O Ibovespa teve alta 0,03%, aos 127.874 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,03% na semana;
perdas de 1,42% no mês;
recuo de 4,70% no ano.
Na sexta, o índice encerrou em baixa de 1,43%, aos 127.830 pontos, no menor nível desde 7 de agosto.
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O que está mexendo com os mercados?
O governo passou toda a última semana reunido para discutir um plano para o controle das despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive sinalizou que tinha a previsão de anunciar as medidas ainda na semana passada.
No entanto, o pacote ainda não saiu e frustrou as expectativas do mercado financeiro. Segundo Haddad, o presidente Lula ainda quer apresentar as medidas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, porque o pacote contém medidas legislativas que precisam de apoio para aprovação.
O tema é importante para o mercado financeiro porque há uma percepção de que, sem os cortes, o governo não será capaz de honrar o arcabouço fiscal — que é o conjunto de regras que determina, entre outros pontos, quanto o país pode gastar.
Com o temor por um possível não cumprimento do arcabouço fiscal, o mercado passa a exigir um prêmio maior para emprestar dinheiro para o país (por meio dos títulos públicos). Isso faz com que a demanda por juros maiores cresça — justamente em um momento em que o BC já está elevando a Selic, taxa básica de juros.
Na última quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, e especialistas esperam novas altas pela frente, ainda mais com a inflação voltando a pressionar a economia.
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, puxado pelos preços da energia elétrica residencial e das carnes, principalmente.
Embora a mudança da bandeira tarifária de vermelha 2 para amarela em novembro possa trazer certo alívio para as contas de luz, o dólar caro pode continuar pressionando os preços dos alimentos e outros setores, que têm produtos e/ou matérias-primas importadas de outros países.
Neste sentido, o boletim Focus prevê uma inflação acima do teto da meta do BC pelo terceiro ano consecutivo, a 4,62% em 2024. A meta para este ano é de 3% e será considerada formalmente cumprida se estiver em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4,03% para 4,10% na última semana. A meta de inflação para o próximo ano também é de 3%, com o mesmo intervalo de limite inferior e superior.