Uma pesquisa conduzida pela Nexus, empresa de pesquisa e inteligência de dados, divulgada nesta quinta-feira, 21, revelou que 69% dos brasileiros acreditam que o aumento da produção de biocombustíveis está diretamente relacionado ao crescimento econômico do país.
A percepção surge no contexto da aprovação da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A legislação estabelece que o percentual de mistura de etanol na gasolina seja fixado em 27%, com o Poder Executivo podendo ajustá-lo entre 22% e 35%, conforme as condições de mercado. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18%.
No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir de 2025, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030. A lei também promove incentivos ao diesel verde e ao combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).
O estudo, realizado em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, revelou ainda que 71% dos entrevistados acreditam que a medida pode gerar mais empregos nas áreas rurais, incentivando a agricultura.
O levantamento, intitulado “Combustível e Energia Sustentáveis: A Visão dos Brasileiros”, também mostrou que, embora apoiem o uso de combustíveis menos poluentes, 66% dos entrevistados ainda abastecem seus veículos principalmente com gasolina ou diesel, enquanto apenas 29% utilizam etanol como combustível principal.
Quando questionados sobre opções de combustíveis limpos, 77% indicaram os carros elétricos como a melhor alternativa, seguidos pelo etanol (40%) e pelo gás natural veicular (GNV), com 33%.
O GNV, embora seja um combustível fóssil, é frequentemente usado como substituto da gasolina e do álcool em automóveis e alguns veículos comerciais leves.
Lei do Combustível do Futuro
Embora a aprovação da Lei do Combustível do Futuro não seja uma novidade, a pesquisa revelou que 51% dos brasileiros desconhecem o aumento dos limites de mistura do etanol e do biodiesel na gasolina e no diesel, uma das principais premissas da nova legislação.
Quando explicada, a medida é vista como uma solução ambiental por 66% dos entrevistados, já que contribui para a redução de emissões de gases poluentes.