A atratividade e retenção de talentos estarão no centro das preocupações do RH em 2025, aponta o estudo People Trends 2025, conduzido pelo Evermonte Institute. Um dos conceitos que promete nortear esse desafio é o Employee Value Proposition (EVP), ou o conjunto de valores e benefícios que uma organização oferece aos seus funcionários. Mas será que essa estratégia é a solução definitiva para os dilemas da área de Pessoas?
O contexto não é animador: em 2024, lideranças de RH enfrentaram orçamentos apertados, regulação crescente e baixa valorização interna do setor. Agora, segundo Felipe Ribeiro, sócio da Evermonte Executive Search, a dinâmica se inverteu. “Não falta mais emprego, mas sim profissionais para cargos estratégicos”, conta.
A lacuna entre o RH e as pessoas
A crescente demanda por talentos qualificados contrasta com o que o mercado oferece. “Há uma lacuna significativa entre o que as empresas buscam e o que está disponível”, conta Ribeiro.
Essa desconexão é alimentada pelas mudanças nas prioridades dos executivos, que agora buscam flexibilidade, reconhecimento e propósito. No entanto, há um risco de tratar o EVP como a solução para todos os problemas. Um pacote de benefícios pode atrair currículos, mas é a execução consistente da cultura organizacional que retém talentos, afirma Paulo Walendorff, associate director do Evermonte Institute.
“Precisamos ultrapassar os discursos e criar processos que realmente entreguem o que se promete”, afirma.
Por outro lado, o EVP não é uma iniciativa isolada. O estudo identifica oportunidades de inovação no RH, como o uso estratégico da inteligência artificial. “As estratégias centradas nas pessoas e a utilização de dados para otimização caminham lado a lado”, afirma Ribeiro.