Passei a manhã correndo atrás da renovação da minha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). E circular pelas ruas de carro às 10h e às 11h confirmou algo que todo paulistano já percebeu: não existe mais horário tranquilo para o trânsito.
Ok, o congestionamento é pior às 7h ou às 18h, mas não dá para falar que está tudo as mil maravilhas às 14h. Estimativas apontam que existem cerca de 62 milhões de carros em circulação no Brasil. Nos Estados Unidos, o último Censo mostrou que a frota é de aproximadamente 290 milhões de veículos.
É muito carro e, consequentemente, muito trânsito. Principalmente nas grandes metrópoles, como é o caso de São Paulo. E de Nova York, que acaba de aprovar uma estratégia um pouco diferente – e polêmica – para lidar com o tráfego intenso.
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A Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA) do estado anunciou, nesta semana, a criação de um pedágio urbano para motoristas que circulam pela região central de Manhattan. É a primeira medida do tipo registrada nos EUA – e que deve começar a partir do dia 5 de janeiro de 2025.
Os especialistas acreditam que a cobrança pode retirar 80 mil dos 700 mil carros que circulam todos os dias pela área. Além de aliviar o trânsito, a mudança vai servir para arrecadar recursos para o transporte público, sobretudo para a modernização de sinalização, melhoria de acessibilidade e a expansão da linha de metrô Second Avenue.
Como vai funcionar e valores
- Todos os veículos que passarem para a região ao sul da 60th Street deverão pagar pelo pedágio.
- Os valores, no entanto, mudam de acordo com a categoria do transporte.
- Para veículos de passeio e comerciais, o preço será de U$ 9, cerca de R$ 52, em horário de pico.
- Durante a noite, o valor cai para U$ 2,25, algo em torno dos R$ 13.
- Já os motociclistas deverão pagar U$ 4,50 em horário de pico e U$ 1,05 durante a noite, o equivalente a R$ 26 e a R$ 6,12, respectivamente.
- A cobrança será feita apenas uma vez por dia e não haverá cancelas: Nova York tem um sistema eletrônico de cobrança de pedágio.
- Aos motoristas que ainda não instalaram o chamado E-ZPass, a fatura virá pelo correio.
- De acordo com a MTA, a estrutura de pedágio será implementada ao longo de um período de seis anos.
- Nesse período, o pedágio aumentará de forma gradual, passando a US$ 12 em 2028 e chegando em US$ 15 em 2031 (para os carros de passeio).
Um pouco de resistência
Vale destacar que, apesar do aval da autoridade de trânsito (e do apoio da governadora Kathy Hochul), a medida ainda não foi confirmada. Isso por que ela ainda depende da aprovação final do Departamento de Transportes dos Estados Unidos (um órgão federal).
Essa aprovação, porém, não deve ser um problema, segundo fontes ligadas à MTA.
Problema mesmo deve ser a reclamação de parte da população. Uma parcela das pessoas até defendem a medida por questões ambientais. Outros, contudo, são contra, e argumentam que não faz sentido você cobrar um valor diário tão alto – que pode ficar na casa dos US$ 200 ao fim do mês.
As autoridades rebatem dizendo que o morador tem a opção de utilizar o transporte público, principalmente o metrô, que atende praticamente toda a extensão da área de rodízio. As primeiras semanas de janeiro já devem dar uma ideia da recepção do público.
E por aqui, você acha que uma medida dessas funcionaria no Brasil?
As informações são da CBS News.
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