Ao todo, foram 13.015 falhas nas linhas da EMTU no primeiro semestre deste ano, contra 11.205 no mesmo período do ano passado. Itapecerica da Serra é o município da Grande São Paulo mais afetado pelos problemas nos ônibus intermunicipais. Maioria das ocorrências da EMTU foi registrada pelo motorista como “falha mecânica” no primeiro semestre de 2024.
EMTU/Divulgação
Os passageiros que andam diariamente pelas linhas intermunicipais da EMTU tiveram que conviver com mais problemas neste ano. No primeiro semestre, foram registradas 13.015 falhas nos ônibus, o que representa um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, com 11.205 falhas.
Os dados fazem parte de um levantamento feito via Lei de Acesso à Informação pela TV Globo. A EMTU é responsável pela operação da frota que circula entre os municípios do interior e da região metropolitana de São Paulo.
A maioria das ocorrências foi registrada pelo motorista como “falha mecânica”, que compreende interferências no motor, pneus, freios e direção dos ônibus. Foram mais de 5 mil problemas desse tipo, um aumento de 21% na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e o mesmo período do ano passado.
Das cinco linhas que mais apresentaram problemas nesse período, quatro atuam para atender o município de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. As linhas são: 030 (Valo Velho/Juquitiba), 178 (Embu das Artes/Capão Redondo), 513 (Jardim das Oliveiras/Capão Redondo), 032 (Parque Paraíso/Metrô Vila Sônia) e 239 (Jardim São Marcos/Cotia).
Na semana passada, os moradores gravaram uma briga de trânsito entre o motorista da linha 239 e um motociclista. Os funcionários de uma obra tiveram que separar dois homens para tentar contornar toda essa confusão. Os ônibus que fazem esse trajeto entre a estação Capão Redondo e o Jardim São Marcos, em Itapecerica da Serra, passam por ruas bem estreitas e trechos com muita curva.
A única linha do ranking que não é de Itapecerica da Serra é a 178, que passa na cidade vizinha, Embu das Artes, em direção ao Campo Limpo. Além de tudo isso, os passageiros sofrem bastante com a superlotação nos horários de pico. “Não tem ônibus, é muito cheio. Tinha que ter mais linhas”, diz a passageira Joana Pereira. O analista de marketing Paulo Avelar, que também anda nesses ônibus, afirma: “A gente fica esperando em cinco filas, demora, os ônibus são precários”.
Em nota, a EMTU informou que “trabalha por melhorias, buscando constantemente reduzir as falhas e oferecer mais conforto aos passageiros das linhas que gerencia. O indicador de desempenho internacional usado para medir falhas operacionais (MKBF) por km percorrido melhorou em 37,16% de 2023 para 2024, indicando aumento no desempenho da operação. A renovação da frota tem ligação direta com isso. Nos últimos dois anos, 695 veículos 0 km foram entregues para a população. Na Região Metropolitana de São Paulo 3,5 mil veículos realizam mais de 32 mil viagens por dia. E consequentemente as linhas com mais registros de falhas são também as que mais realizam viagens. A linha 32, por exemplo, realiza 403 viagens diariamente. Todos os coletivos passam por inspeções periódicas para garantir a qualidade e a eficiência do atendimento”.