Advogado da família alega que as imagens não condizem com o depoimento dos envolvidos. Caso é investigado pelo 1º Distrito Policial de Guarujá (SP). Imagens de câmeras de monitoramento mostram acidente que matou motociclista em Guarujá
A família de Aldemir Marcolino, o motociclista de 28 anos que morreu em um acidente em Guarujá, no litoral de São Paulo, entrou na Justiça após imagens de câmeras de monitoramento mostrarem uma nova versão do acidente. Segundo o advogado que representa os parentes da vítima, o vídeo contradiz os depoimentos dos outros envolvidos, que colocaram o jovem como “autor” da colisão.
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O acidente entre duas motos e um ônibus aconteceu na Avenida Santos Dumont, no bairro Jardim Boa Esperança, por volta das 9h40 de 25 de outubro. Um boletim de ocorrência (BO) foi registrado como lesão corporal culposa e homicídio culposo [quando não há intenção de matar] na direção de veículo automotor.
O motociclista foi apontado no registro policial como “autor” e vítima” do acidente, enquanto duas mulheres que estavam em outra moto foram citadas apenas como “vítimas” e o motorista de um ônibus como “partes”.
A defesa da família de Marcolino teve acesso às imagens gravadas por câmeras de monitoramento. No vídeo, é possível ver que o jovem foi ‘empurrado’ pelo ônibus e caiu do outro lado da via, colidindo com a moto em que as mulheres estavam.
De acordo com o BO, as mulheres foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com ferimentos leves, sendo levadas para um pronto-socorro da cidade. Na unidade de saúde, elas sugeriram aos PMs que Marcolino teria causado o acidente porque estava na contramão da via.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram acidente que matou motociclista em Guarujá (SP)
Reprodução
Segundo a City Transporte, responsável pelo transporte coletivo, o BO registrou “a imprudência do motociclista”. A companhia acrescentou que, conforme versão do motorista do ônibus, Marcolino colidiu contra o para-choque dianteiro do automóvel após invadir a contramão, tentando fazer uma ultrapassagem na via congestionada.
A versão de Marcolino, porém, não foi registrada no BO, uma vez que ele morreu antes de dar entrada no Hospital Santo Amaro (HSA), também em Guarujá.
Justiça
O advogado Erasmo Fonseca, que representa a família da vítima, disse que as imagens mostraram a necessidade de alteração do BO e também a investigação da culpa do motorista de ônibus.
Além disso, o advogado afirmou ter entrado com uma ação para que a empresa do transporte coletivo pague danos morais e uma pensão mensal à família de Marcolino.
“Nós observamos que houve realmente uma ação do motorista da empresa de ônibus que desencadeou todo o desenrolar do acidente, levando ao óbito do rapaz”, afirmou Fonseca.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram acidente que matou motociclista em Guarujá (SP)
Reprodução e Arquivo pessoal
Em nota, a empresa do coletivo lamentou profundamente o acidente e afirmou que acompanha o caso. A companhia destacou que prestou assistência para as duas mulheres envolvidas na ocorrência.
“A versão consta no depoimento do motorista da empresa e é corroborada por relatos de testemunhas, devidamente descritos no boletim de ocorrência da Polícia Civil”, destacou a City.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado, por meio de inquérito policial no 1º Distrito Policial (DP) de Guarujá. A pasta acrescentou que a autoridade policial segue com as diligências para esclarecimento dos fatos.
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