Com a definição do contrato entre a estatal boliviana YPFB e as empresas TotalEnergies e Matrix Energy, assinado na última semana, o gás natural de Vaca Muerta, na Argentina, chegará ao Brasil via território boliviano, utilizando a infraestrutura do país vizinho para promover a integração energética regional.
Segundo o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, o gás natural vindo da Argentina irá contribuir para ampliar a competitividade da indústria brasileira, garantindo custos menores e maior previsibilidade. Com a expansão da infraestrutura, estima-se uma viabilidade de movimentação de dois milhões de metros cúbicos de gás natural por dia no curto prazo, aumentando nos próximos três anos para dez milhões, até atingir 30 milhões em 2030.
“Esse marco demonstra o compromisso do governo brasileiro em diversificar as fontes de energia e fortalecer a segurança energética do País. A integração com os nossos vizinhos sul-americanos é estratégica para atender às demandas da população e do setor produtivo, promovendo desenvolvimento econômico sustentável e geração de emprego e renda”, destacou Silveira.
Em comunicado divulgado à imprensa, o MME afirmou que tem trabalhado na ampliação da oferta de gás natural no Brasil, com enfoque na diversificação de fornecedores e no aumento da competitividade do setor, e mencionou o programa Gás para Empregar, lançado neste ano pelo governo federal, como forma de ampliar a industrialização e reduzir custos de combustíveis.
Investimentos podem chegar a R$ 94,6 bilhões
De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os investimentos no setor de gás natural, incluindo plantas de fertilizantes nitrogenados, podem alcançar R$ 94,6 bilhões com geração de até 436 mil empregos nos próximos anos. O Produto Interno Bruto (PIB) pode ter um aumento de R$ 79 bilhões, com acréscimo na arrecadação de impostos federais da ordem de R$ 9,3 bilhões.
Pelo lado boliviano, cuja rede de gasodutos ultrapassa mil quilômetros, a YPFB ressaltou que possui mais de 50 anos de experiência na exportação de gás natural para a região.
“Este esforço conjunto das três empresas representa um passo crucial para iniciar o fornecimento de gás natural de Vaca Muerta e das bacias argentinas, através do Sistema Integrado de Transporte (SIT) da Bolívia, ao mercado consumidor brasileiro, promovendo a continuidade das iniciativas recentemente anunciada pelas empresas em causa e fortalece o processo de integração energética regional”, descreveu a empresa.