Na quarta-feira (25), a cotação do dólar em cerca de R$ 6,40 no Google acirrou os debates sobre a desvalorização do real. Acontece que os mercados estavam fechados na maior parte do mundo pelo feriado de Natal – ou seja, o Google informou um valor falso e só parou de apresentar o resultado pela tarde, após a informação incorreta já ter viralizado nas redes sociais.
No mercado de câmbio à vista na segunda-feira (23), o valor do dólar era de R$ 6,18 (na terça-feira, véspera de Natal, assim como no feriado, também não houve transações). Logo, o aumento visto no Google chamou demais a atenção, tanto que a Advocacia-Geral da União (AGU) está verificando com o Banco Central (BC) o que pode ter ocorrido na plataforma. As respostas deverão orientar possível ação da Procuradoria-Geral da União no caso.
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De onde o Google tirou o valor
Em reportagem da CNN Money, José Faria Júnior, CEO da Wagner Investimentos, apontou que o valor apresentado no Google pode ter relação com o mercado de criptoativos, “que opera 24 horas por dia, 7 dias da semana”. Segundo ele, as plataformas de moedas digitais podem apresentar cotações mais elevadas como forma de proteção contra possíveis oscilações na reabertura do mercado oficial.
Esta não é a primeira vez que o Google informa uma cotação errada do dólar. Em 6 de novembro, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições à presidência dos Estados Unidos, o buscador mostrou a moeda norte-americana muito acima do que foi observado, de fato, na cotação para o dólar comercial e para o dólar turismo naquele dia. Uma hipótese levantada no mercado foi de que o Google tinha puxado as cotações da criptomoeda Tether durante a manhã, o que vai ao encontro dos apontamentos de Faria Júnior.
Já na noite de 16 de dezembro, o buscador novamente mostrou um valor do dólar acima do que havia fechado. Em nota, o Google informou que usa índices de provedores de dados financeiros terceirizados confiáveis e que estava trabalhando em colaboração com parceiros para investigar e resolver quaisquer possíveis problemas. O diferencial no caso de agora (25) – e que acirrou mais os ânimos – foi justamente pelos mercados estarem fechados o dia todo.
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