A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 aliados por tentativa de golpe de Estado. Segundo a PF, foi identificada uma “organização criminosa” que agiu de forma coordenada em 2022 para garantir a manutenção de Bolsonaro no poder.
Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). O caso ganhou ampla repercussão na imprensa internacional.
Veículos internacionais destacam gravidade do caso
O jornal americano Washington Post publicou: “Polícia brasileira indicia ex-presidente Bolsonaro e assessores em suposta tentativa de golpe de 2022”. A reportagem detalhou que as conclusões da PF serão enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e posteriormente ao Procurador-Geral, Paulo Gonet.
O The New York Times apontou que as acusações “agravam drasticamente os problemas jurídicos de Bolsonaro” e ressaltou o caráter organizado da tentativa de subverter a democracia brasileira. O veículo comparou os eventos de 8 de janeiro às invasões ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021.
Já o britânico The Guardian descreveu Bolsonaro como “um capitão do exército desonrado que se tornou político populista”. O jornal caracterizou sua gestão como uma “administração de extrema direita”.
Acusações de tentativa de assassinato de Lula também ganham destaque
A emissora Al Jazeera relembrou as invasões aos Três Poderes em Brasília e destacou o envolvimento de ex-ministros como Braga Netto e Augusto Heleno. Segundo o canal, manifestantes pró-Bolsonaro teriam tentado criar condições para um golpe militar.
O francês Le Figaro trouxe à tona um suposto plano chamado “Adaga Verde e Amarela”, que teria como objetivo assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso foi revelado após operações da PF que prenderam militares e um policial federal nesta semana.
Ameaça à Democracia
O The New York Times alertou para as consequências históricas: “O episódio alarmou muitos no Brasil, um país que foi governado por uma ditadura militar brutal de 1964 a 1985”.
“Estou vivo”, disse Lula, de 79 anos, ao relembrar as ameaças durante um discurso recente.