O Parque Tecnológico Itaipu (Itaipu Parquetec) e o JAQ, do Grupo Náutica, anunciaram nesta quinta-feira, 28, um acordo de R$ 150 milhões para potencializar o hidrogênio verde no Brasil.
Segundo as companhias, o objetivo da parceria, batizada de JAQ Hidrogênio Verde, é “revolucionar a navegação brasileira com a descarbonização do setor, utilizando o hidrogênio verde como combustível propulsor”.
Para isso, embarcações serão transformadas em laboratórios flutuantes, centros de pesquisa, plataformas tecnológicas e salas de aula para a promoção da educação ambiental, pesquisa e preservação dos biomas brasileiros.
O investimento inicial, de R$ 50 milhões, será voltado para viabilizar as embarcações, e é feito com recursos próprios. O restante, segundo o JAQ, será obtido com patrocínios.
É o caso das embarcações Explorer H1 e Explorer H2, que passarão pela adaptação para o hidrogênio verde.
A Explorer H2, com 36 metros de comprimento, será uma das grandes atrações da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém. Atualmente ancorada no Estaleiro INACE, em Fortaleza, ela será o primeiro grande marco da iniciativa.
Após a apresentação da Explorer H2 na COP-30, será iniciada a segunda fase com a Explorer H1. Com 50 metros de comprimento, a embarcação está ancorada no Estaleiro Arpoador, em Guarujá, e foi projetada para operações de mergulho e coleta de dados hidrográficos.
“A expectativa é que a Itaipu Parquetec forneça toda a tecnologia de hidrogênio verde para a propulsão dos motores e a parte de hotelaria das duas embarcações do JAQ. Com isso, teremos um modelo a ser adotado para a descarbonização do setor náutico no Brasil, e pode ser exemplo para o mundo”, disse Cila Schulman, CEO do JAQ.
Ainda segundo ela, “a presença da companhia na COP-30 ressalta o compromisso do Brasil com a descarbonização e com a preservação dos biomas. “
A navegação marítima é responsável por cerca de 90% do comércio mundial e é também uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, contribuindo com quase 3% das emissões globais de dióxido de carbono, segundo a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês).
Segundo as empresas, o hidrogênio verde, considerado a “energia do futuro”, surge como “uma solução promissora para reduzir significativamente as emissões no setor, tanto no Brasil quanto no mundo”.