Na última terça-feira, uma operação da Polícia Federal resultou na prisão de quatro militares e um policial federal acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. O plano previa o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente eleito, Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O plano, descrito em um documento intitulado “Punhal verde amarelo”, detalhava o uso de armamento pesado e até envenenamento. As investigações apontam o general do Exército Mário Fernandes como o mentor do esquema. Na época, Fernandes era o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência e, segundo a apuração, teria levado cópias do plano a uma reunião no Palácio da Alvorada com a presença de Jair Bolsonaro.
Lula se manifesta: “Eu estou vivo”
Nesta quinta-feira, 21, Lula comentou o plano pela primeira vez em um evento no Palácio do Planalto. O presidente declarou:
“Eu sou um cara que tenho que agradecer muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o Alckmin, não deu certo, nós estamos aqui”.
O evento abordava concessões de rodovias, mas Lula aproveitou para reforçar a necessidade de construir um país mais harmônico:
“E eu não quero envenenar ninguém. Eu não quero nem perseguir ninguém. A única coisa que eu quero é que quando terminar o meu mandato a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós”.
Investigações seguem avançando
As apurações fazem parte do chamado “inquérito do golpe”, que investiga possíveis ações para impedir a posse do atual governo após a derrota eleitoral de Bolsonaro. A ação, conduzida pela PF, foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
O caso reacende discussões sobre a segurança institucional no Brasil e sobre a escalada de tensões políticas nos últimos anos.