As MVI (mortes violentas intencionais) são 41,5% maiores do que a média nacional, segundo a 3ª edição do estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), divulgado nesta 4ª feira (11.dez.2024).
O relatório, que analisou o triênio de 2021 a 2023, também mostrou que este número já foi maior, pois as MVIs na Amazônia Legal caíram 6,2%. O estudo foi construído em parceria com o IMC (Instituto Mãe Crioula). Eis a íntegra (PDF – 27 MB):
Delimitada em 1953 por meio da Lei Complementar nº 124/2007, a Amazônia Legal é constituída por 772 municípios distribuídos entre 9 estados, sendo eles:
- Acre;
- Amapá;
- Amazonas;
- Mato Grosso;
- Pará;
- Rondônia;
- Roraima;
- Tocantins;
- Maranhão (parte).
Em 2023, 8.603 pessoas morreram de maneira violenta na região, um número menor em comparação com os anos anteriores, com 9.066 em 2022 e 9.096 em 2021. O Amapá apresentou o índice mais violento do território nacional, com 69,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
Leia a distribuição das Mortes Violentas Intencionais em cada estado da Amazônia Legal (para abrir em outra aba, clique aqui):
O estudo também identificou um aumento de 46% na presença de facções criminosas. Do total de municípios, ao menos 260 possuem a presença do crime organizado. O relatório também destaca a proximidade do Brasil frente a Colômbia, Bolívia e Peru, os 3 principais países responsáveis pela produção de cocaína do mundo.
De acordo com o FBSP, a presença do crime organizado interiorizou a violência no território. Portanto, dentre os 50 municípios mais violentos da Amazônia Legal, há apenas uma uma capital registrada, Macapá. A cidade mais violenta, isto é, com maior taxa média a cada 100 mil habitantes, foi Cumaru do Norte, no Pará, com 141,3 mortes.
Leia abaixo a lista com as 10 cidades mais violentas de 2021 a 2023 na Amazônia Legal (para abrir em outra aba, clique aqui):
Além disso, o “Cartografias da violência na Amazônia” destacou uma leve queda no número de feminicídios, apesar da taxa ainda ser 21,4% acima da média nacional. Para as mulheres vítimas de assassinato, o número também diminuiu em relação a 2022.