Vivemos na era algorítmica, como se tudo o que fazemos, consumimos e mostramos dependem da magia desta sequência de instruções que guia a vida nos nativos algorítmicos. A expressão “nativos algorítmicos” refere-se à geração de jovens que cresceu em um mundo amplamente moldado por algoritmos e inteligência artificial.
Essa geração ultrapassou os “nativos digitais”, que foram definidos por sua familiaridade com tecnologias digitais desde a infância. Os nativos algorítmicos vão além, destacando-se por sua convivência com sistemas que personalizam experiências, tomam decisões automatizadas e influenciam profundamente a forma como consumimos informação e interagimos com o mundo.
Na prática, fica mais fácil perceber quem são os nativos algorítmicos quando observamos certas características marcantes desses indivíduos. A principal delas é a interação contínua com algoritmos, desde redes sociais até plataformas de streaming e compras online. Eles definitivamente estão acostumados a sistemas que entendem e moldam suas preferências.
Essa geração espera que tudo seja adaptado aos seus gostos, desde playlists de música até recomendações de filmes e produtos. Se existisse uma trilha sonora para representá-los, é provável que começasse com aquela música que diz: “mal-acostumado, você me deixou mal-acostumado”.
E, além disso, a relação causou a dependência de sistemas automatizados, já que eles frequentemente recorrem a assistentes virtuais, como Alexa, Siri ou Google Assistente, para resolver problemas cotidianos.
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Tenho até um exemplo de uma situação que aconteceu comigo. Estava eu quase chegando ao meu destino em um carro de aplicativo, quando de repente o motorista (na faixa etária de 18 a 20 anos) simplesmente parou o carro.
Ao perguntar o que havia acontecido, ele me respondeu que o sistema de navegação do seu aplicativo tinha travado. Naquele momento, constatei que a dependência é tanta que inibe a iniciativa, o improviso ou a criatividade para dar conta das atividades cotidianas.
A exposição constante a algoritmos pode moldar os padrões de consumo, hábitos de leitura e até valores culturais, influenciando suas decisões pessoais e profissionais. E, não para por aí, a discussão pode ir além, como os desafios associados a tal comportamento. Já ouviu falar em bolhas de filtragem?
Algoritmos podem limitar as perspectivas ao oferecer apenas conteúdo alinhado às preferências passadas, dificultando o acesso a opiniões divergentes. É como se as pessoas permanecessem presas em bolhas, girando em um looping de informações semelhantes e impedidas de ver contextos divergentes.
Há preocupações sobre como os dados são coletados e utilizados, bem como a transparência dos algoritmos, que podem comprometer a privacidade e invadir o espaço da ética. E o que falar do setor educacional e a formação de uma consciência crítica?
É preciso ficar atento e compreender como os algoritmos operam é essencial para navegar com autonomia em um mundo cada vez mais moldado por eles. Estamos avançando em um caminho que leva a sociedade em direção a uma economia e cultura orientadas por dados.
Esta geração, portanto, não apenas consome, mas também influencia o desenvolvimento de tecnologias mais adaptativas e personalizadas.
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