Prefeitura concluiu a demolição do edifício anexo do Conjunto Sulacap-Sulamérica, que dará espaço à Praça da Independência, no Hipercentro de Belo Horizonte, com direito a vista para o Viaduto Santa Tereza. O g1 foi conferir como está o andamento das obras. Térreo do Conjunto Sulacap-Sulamérica, que vai receber a nova Praça da Independência.
Rodrigo Salgado/g1
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) iniciou as obras da Praça da Independência, novo espaço público instalado no térreo do icônico Conjunto Sulacap-Sulamérica, localizado na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Tamoios, no coração do Centro da capital.
As obras têm o intuito de resgatar a praça, que já existiu nesse mesmo local entre 1940 e 1970, quando deu espaço a um edifício anexo, que foi esvaziado e demolido neste ano.
Com isso, a vista para as torres foi aberta, bem como o espaço ao ar livre para a praça, de 1.234,50m², que dará acesso aos edifícios e terá uma visão privilegiada para o Viaduto Santa Tereza.
Protótipo de como a nova Praça da Independência deve ficar.
Gláucio Nogueira/TV Globo
Agora, a prefeitura realiza as obras para implantação do paisagismo do novo espaço público, previsto para ser entregue no primeiro trimestre de 2025.
“A limpeza foi concluída e agora estamos começando a reconstruir a praça. Vai começar todo um trabalho de reconstrução de passeios, bancos, jardins e a previsão de entrega é no primeiro trimestre do ano que vem”, garantiu Henrique Castilho, chefe da Superintendência de Desenvolvimento da Capital.
Térreo do Conjunto Sulacap após a demolição (esq) e como a Praça da Independência deve ficar (dir)
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Ao todo, a demolição do prédio resultou na retirada de 2,8 mil toneladas de resíduos e aproximadamente 430 caçambas de entulho.
A derrubada do anexo foi feita por meio do método de nuvem de pontos. Essa técnica cria uma representação 3D detalhada da estrutura, permitindo planejar a demolição com maior precisão, evitando danos às áreas circundantes e tornando o processo mais seguro e eficiente.
Fachada do Conjunto Sulacap-Sulamérica antes da demolição (esq) e como ela deve ficar (direita).
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Histórico da obra
A prefeitura anunciou a obra e publicou o decreto de desapropriação do edifício anexo e reconstituição da praça em março de 2023. Em agosto daquele ano, foi publicado o edital para publicação do projeto de demolição, iniciado em setembro.
As últimas lojas localizadas no térreo e as salas dos andares superiores do anexo Novo Sulamérica foram desapropriadas no início de abril, para dar início ao processo de demolição do prédio, iniciado em maio.
A expectativa é um investimento de cerca de R$ 3,4 milhões para as intervenções, que compõem o programa Centro de Todo Mundo. Inicialmente, a obra estava prevista para ser concluída em outubro deste ano e o prazo foi estendido para até março do ano que vem.
Além da Praça Independência, outras obras estão sendo realizadas na região, como na Praça da Rodoviária, na Rua Sapucaí e a ciclovia da Afonso Pena.
Processo de demolição do edifício anexo, com o Sulamérica ao fundo.
Divulgação/PBH
Conjunto Sulacap-Sulamérica
O Conjunto Sulacap-Sulamérica é um bem cultural tombado pelo Patrimônio do Município de Belo Horizonte. O projeto, assinado pelo arquiteto italiano Roberto Capello, em 1941, tem o estilo protomoderno.
O conjunto é composto por duas torres idênticas, simetricamente dispostas, uma em frente à outra. Uma delas se chama Sulacap, enquanto a outra, Sulamérica.
O Sulamérica foi inaugurado em 1947, para uso misto. Apesar disso, pouco tempo depois, a maior parte dos andares foram revertidos para uso comercial, embora alguns ainda abriguem apartamentos atualmente.
O Sulacap, por sua vez, foi construído posteriormente, para uso exclusivamente residencial.
Praça da Independência
Até os anos 1970, existia uma praça, com um vasto jardim, entre os dois edifícios. A população se apropriou do espaço e passou a ser conhecida como Praça Independência, com vista privilegiada para o Viaduto Santa Tereza. O intuito era “emoldurar” o ponto turístico e criar um espaço de convivência.
Nos anos 1970, entretanto, o espaço sofreu uma descaracterização com a construção de um anexo, ligando os dois prédios: o edifício Novo Sulamérica, que foi demolido.
A construção desse anexo, apesar de legal, prejudicou o projeto original de Roberto Capello, tampou a vista para o conjunto de quem vinha da Afonso Pena e transformou a Praça Independência em um vão, em que os jardins deram espaço para paredes e teto.
“Quando tiver tudo pronto, vai ser reconstituída a Praça da Independência, um lugar maravilhoso, arborizado, pra poder sentar, conversar, que é exatamente o que tinha antes. Ou seja, estamos reconstruindo essa história de Belo Horizonte”, concluiu Henrique Castilho.
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