Nova gestora será a detentora de 67% do capital da operação brasileira do Outback, Abbraccio e Aussie. Matriz americana fica com 33% do negócio. Unidade do Outback em Campinas
Ricardo Lima
A empresa controladora do Outback, a Bloomin’ Brands, decidiu vender dois terços da operação da marca no Brasil. A compradora foi a gestora Vinci Partners, que agora detém 67% do negócio, por R$ 1,4 bilhão.
O preço de compra será pago em duas parcelas: 52% na data de fechamento e 48% em um ano. A Bloomin’ Brands ainda tem a opção de vender a participação restante de 33% em 2028.
A controladora americana geria 159 restaurantes do Outback no Brasil, além de 16 unidades da rede Abbraccio e duas da Aussie Grill.
O objetivo dessa parceria é impulsionar o processo de expansão das três marcas, que agora contarão com a experiência de um sócio brasileiro como a Vinci, que possui um histórico de sucesso na indústria de alimentação, com investimentos em marcas como Burger King, Domino’s e Camarada Camarão, diz o comunicado da Vinci Partners.
A transação foi assinada na semana passada e deve ser concluída ainda em 2024. A Vinci foi assessorada pelo Itaú BBA e Tauil Chequer Mayer Brown, enquanto o Bank of America e Lefosse assessoraram a Bloomin’ Brands.
“Estamos muito entusiasmados com a sociedade que estamos construindo com a Bloomin’ Brands, especialmente pelo fato de que o Outback é uma marca icônica que faz parte da vida dos brasileiros há quase três décadas, com uma proposta de valor e atendimento ao cliente que dificilmente encontramos em outras operações no Brasil”, disse Carlos Eduardo Martins, co-chefe de private equity da Vinci em comunicado ao mercado.
Como mostrou o g1 em maio, a Bloomin’ Brands estudava a possibilidade de vender o comando dos restaurantes da rede no Brasil, após reportar queda nas vendas no país e prejuízo da matriz no primeiro trimestre de 2024.
A operação brasileira era a segunda mais importante do mundo para a empresa. As lojas brasileiras do Outback respondem por 87% do faturamento internacional.
Por isso, os analistas entendiam que a venda do comando da operação seria uma forma de a companhia arrecadar dinheiro com a negociação, além de manter o recebimento de uma taxa sobre a receita do Outback, como um licenciamento da marca.
“Estamos felizes por ter encontrado um formato junto à Vinci para maximizar os objetivos de curto prazo da Bloomin’ Brands e, ao mesmo tempo, manter nosso compromisso de longo prazo com o Brasil”, disse Pierre Berenstein, vice-presidente-executivo de estratégia global de clientes da Bloomin’ Brands e ex-CEO das operações brasileiras até 2023.
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