O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços criticou nesta 5ª feira (21.nov.2024) a elaboração do caderno de provas do CNU (Concurso Nacional Unificado). Karoline Busatto, consultora jurídica do órgão, disse que esse foi um dos motivos que levou ao adiamento do resultado dos testes.
“Acho que isso tudo passa por uma confusão. […] Realmente, a redação do caderno de provas não estava boa. Deixava dúvidas”, disse Karoline em entrevista a jornalistas na sede da Gestão.
A Fundação Cesgranrio foi responsável por redigir a prova do chamado Enem dos concursos. Os testes foram aplicados em 18 de agosto de 2024.
A divulgação do resultado final do concurso foi adiada de 21 de novembro para 11 de fevereiro. O atraso se deve a uma judicialização na prova por causa de uma confusão na hora de fazer duas ordens do caderno:
- marcar no gabarito qual a versão da prova recebida pelo candidato, uma “bolinha” para sinalizar na hora da correção;
- transcrição de uma frase do caderno para o gabarito.
A Justiça Federal do Tocantins entendeu que o edital exigia condutas cumulativas para eliminação do candidato –deveria descumprir as duas diretivas de segurança.
Quem tiver executado pelo menos uma das diretivas de segurança corretamente não poderia ter sido expulso, segundo essa interpretação. Ou seja, aqueles que só marcaram a “bolinha” ou só preencheram a frase poderiam entrar de novo na competição por um cargo público.
O governo fechou um acordo com a Justiça e se comprometeu a incluir os candidatos nas correções. São 32.260 novas pessoas que passarão a integrar a prova.
“Resolvemos que terão corrigidas as provas dissertativas, de redação e título de todos os candidatos possíveis de serem identificados”, disse Karoline.
O coordenador-geral de logística do CNU, Alexandre Retamal, afirmou que a identificação de segurança para os candidatos extras será realizada pela Polícia Federal, a partir especialmente das redações.
Ambos os integrantes do ministério disseram que os problemas observados na edição de 2024 não impedem a realização de uma 2ª edição do Enem dos concursos. Segundo eles, é possível aprimorar a elaboração das provas.
“Igual nas edições do Enem, foi-se evoluindo para ter mecanismos de segurança mais avançados. E a gente continua evoluindo […] Queremos trazer umas novidades, mas na hora certa falamos disso”, afirmou Alexandre.