O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou nesta 3ª feira (19.nov.2024) uma atualização na doutrina nuclear russa, estabelecendo novos critérios para o uso potencial de armas nucleares.
A revisão inclui um novo parágrafo intitulado “Manter a prontidão permanente da parte alocada das forças e meios de dissuasão nuclear para o uso em combate”. As informações são da agência estatal russa TASS.
Tanto a versão atualizada quanto a anterior do documento destacam a existência de “forças e meios prontos para o combate, capazes de infligir danos irreparáveis a um adversário em potencial em qualquer situação por meio do uso seguro de armas nucleares”.
A nova doutrina indica que ataques de Estados não nucleares, se apoiados por potências nucleares, contra a Rússia ou sua aliada Bielorrússia, utilizando mísseis, drones ou aeronaves, podem justificar uma resposta nuclear.
A aprovação de Putin é uma reação à decisão dos Estados Unidos de autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA em território russo.
Na ocasião, o Kremlin disse que a Rússia responderá ao que chamou de “decisão imprudente” do governo de Joe Biden. “Esta decisão é imprudente, perigosa, e visa a uma mudança no nível de envolvimento dos Estados Unidos neste conflito”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Ucrânia estreia mísseis
A Ucrânia usou nesta 3ª feira (19.nov), pela 1ª vez, os mísseis de longo alcance dos Estados Unidos para atacar a Rússia. Segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa russo no Telegram, foram lançados 6 mísseis de longo alcance contra a cidade de Bryansk. A ofensiva não causou vítimas ou danos.
“Como resultado da operação antiaérea, os sistemas SAM S-400 e Pantsir derrubaram 5 mísseis e danificaram 1. Seus fragmentos atingiram o território técnico da instalação militar na região de Bryansk, causando um incêndio que foi rapidamente controlado”, disse.
O órgão russo afirmou que os mísseis usados no ataque são os chamados ATACMS (sigla em inglês para, Mísseis Táticos do Exército), fabricados e fornecidos pelos EUA.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro), pedia há meses que as restrições ao uso de mísseis de longo alcance fossem retiradas para a Ucrânia poder atacar alvos no território russo.