O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia está usando a Ucrânia como campo de testes para as suas armas, depois de a Força Aérea de Kiev ter relatado um ataque contra a cidade de Dnipro com um míssil balístico intercontinental.
“Está claro que (o presidente russo, Vladimir) Putin está usando a Ucrânia como campo de testes”, disse Zelensky em um vídeo publicado nesta quinta-feira, 21, nas redes sociais.
“Hoje foi utilizado um novo míssil. Sua velocidade e altitude sugerem capacidades balísticas intercontinentais. As investigações continuam”, acrescentou o chefe de Estado ucraniano.
Segundo fontes militares disseram ao jornal digital “Ukrainska Pravda”, trata-se de um RS-26 Rubezh de médio alcance e que nunca havia sido usado no campo de batalha antes.
Na opinião de Zelensky, que chamou a Rússia de “vizinho demente” que mais uma vez demonstrou “seu desprezo pela dignidade, pela liberdade e pela própria vida humana”, tudo isto apenas mostra que Putin está “com medo”.
“Um medo tão avassalador que lança um míssil após outro, vasculhando o mundo em busca de mais armas, seja do Irã ou da Coreia do Norte (…) Putin fará de tudo para evitar que seu vizinho escape por entre seus dedos”, enfatizou Zelensky.
Segundo a Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou na madrugada de quarta-feira contra a cidade de Dnipro o referido míssil balístico intercontinental, um foguete hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro que visavam infraestruturas críticas e industriais localizadas nesta cidade do centro da Ucrânia.
A escalada do uso do míssil intercontinental ocorre depois de Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia terem fechado ao público as suas embaixadas em Kiev na quarta-feira, devido ao elevado risco de ataques aéreos russos.
A guerra entrou em uma nova fase esta semana com os primeiros ataques ucranianos com mísseis ATACMS americanos e mísseis Storm Shadow britânicos contra alvos localizados em território russo, depois de Washington, Londres e Paris terem finalmente dado sinal verde à Ucrânia para usar seus mísseis para atacar alvos na Rússia.
Estes parceiros ocidentais haviam proibido a Ucrânia até agora de atacar o solo russo com os seus mísseis de longo alcance, justamente por medo da reação de Moscou.