Na noite desta quarta-feira, 11, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realizou sua última reunião com a participação do atual presidente Roberto Campos Neto. Ele encerra seu mandato em 31 de dezembro de 2024. A decisão de aumento da Selic em 1 ponto porcentual — de 11,25% ao ano para 12,25% a.a — foi unânime.
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Indicado em 2019 por Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do ex-presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto liderou a instituição por cinco anos. Ele teve um dos votos sobre a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. O Copom confirmou o aumento do índice, esperado pelo mercado para conter a inflação brasileira.
Inicialmente, esperava-se uma correção positiva de 0,75 ponto percentual. Apesar disso, previsões recentes acertaram na alta de 1 ponto percentual. De qualquer forma, as expectativas eram de manutenção no ciclo de elevações da Selic.
O ajuste visa a controlar as expectativas de inflação e demonstra um foco técnico por parte de Campos Neto. Neste ano, o governo Lula, o próprio presidente e aliados criticaram publicamente os sucessivos aumentos da taxa de juros.
A sucessão de Roberto Campos Neto no Banco Central
O mercado indicava também que a reunião serviria como um teste de confiança para os diretores do Banco Central, especialmente os indicados por Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme a nota do Copom, a decisão de aumento da Selic foi unânime.
Divergências poderiam impactar o mercado, como ocorreu em maio, quando os diretores indicados por Lula foram derrotados ao propor cortes mais acentuados. Um deles, Gabriel Galípolo será o próximo presidente do BC a partir de 2025.
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A taxa Selic influencia diretamente as taxas de empréstimos e financiamentos. Durante a pandemia de covid-19, ela chegou a 2% ao ano, seu menor nível histórico, como parte das medidas de estímulo econômico.
No entanto, essas políticas, combinadas com expansões fiscais, resultaram em uma inflação global elevada, medida pelo IPCA, que atingiu 12,13% até abril de 2022.
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Além de Campos Neto, Carolina de Assis Barros e Otávio Damaso, indicados por Bolsonaro, participam de suas últimas reuniões no Copom. A partir de 2025, Lula terá a maioria no comitê, com sete indicações suas, enquanto o governo anterior terá apenas dois integrantes.
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