A Rússia disse nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu “permissão suicida” ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao autorizá-lo a usar armas de longo alcance americanas para atacar o território russo.
Em uma sessão dedicada aos mil dias de guerra na Ucrânia, e depois de ouvir inúmeras críticas à invasão do território ucraniano que deu início à guerra em fevereiro de 2022, o representante russo Vasili Nebenzia disse que a autorização inesperada de Biden a Zelensky pode ser entendida quase em uma chave eleitoral.
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“É a agonia militarista desta administração democrata, que sofreu uma derrota humilhante nas eleições presidenciais e perdeu o apoio da maioria da população”, disse o embaixador russo.
“Talvez Joe Biden, por muitas razões, não tenha mais nada a perder”, acrescentou, além de se dizer surpreso com ‘a miopia dos líderes do Reino Unido e da França, ansiosos para serem brinquedos nas mãos de um governo que está saindo’.
De acordo com ele, França e Reino Unido “estão arrastando não apenas seus países, mas toda a Europa para uma escalada com consequências drásticas sobre as quais deveriam refletir profundamente”.
O embaixador também alertou contra a ideia de uma Rússia derrotada no campo de batalha.
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“A Europa já tentou várias vezes, e o resultado dessas tentativas é bem conhecido”, concluiu.
Hoje, em Moscou, o Kremlin acusou os Estados Unidos de colocar “lenha na fogueira” da guerra na Ucrânia.
“Está claro que o governo em fim de mandato dos EUA pretende continuar colocando lenha na fogueira e aumentar ainda mais a tensão em torno desse conflito”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva por teleconferência.
Ele ressaltou que, se for confirmado que o Ocidente deu sinal verde a Kiev, isso significará “qualitativamente uma nova fase de tensão e uma nova situação em relação ao envolvimento dos EUA” no conflito.