O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), comandou a 4ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), nesta quinta-feira (12), e anunciou novos investimentos em mais uma etapa do programa Nova Indústria Brasil (NIB).
Alckmin substituiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), e hoje foi submetido a um novo procedimento cirúrgico.
Na reunião do chamado “Conselhão”, Alckmin anunciou R$ 468,38 bilhões de investimentos privados e públicos para a Missão 5 do NIB, com foco em bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas.
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Do total de R$ 468,38 bilhões, R$ 88,3 bilhões são de recursos públicos de linhas de crédito para projetos que envolvem atividades como inovação, exportação e produtividade – R$ 74,1 bilhões já foram contratados entre 2023 e 2024. Outros R$ 14,2 bilhões estarão disponíveis para 2025 e 2026.
Durante a reunião, o setor privado anunciou mais R$ 380,1 bilhões em investimentos, até 2029, relacionados à Missão 5 do programa.
“O Brasil já é protagonista dos biocombustíveis e tem todas as condições de liderar a agenda global da descarbonização. Temos políticas públicas robustas, instrumentos de financiamento e estamos atraindo investimentos privados, para trabalhar para esse objetivo”, disse Alckmin.
“Qual país do mundo tem 27% de etanol na gasolina? Ninguém tem. Nós podemos subir já para 30% de etanol na gasolina e depois ampliar ainda mais. E 85% da nossa frota é flex, pode ser gasolina ou etanol”, observou o vice-presidente.
Segundo Alckmin, o Brasil tem “inúmeras oportunidades” na indústria verde. “Vamos descarbonizar, melhorar a eficiência energética e inovação”, garantiu.
Alckmin também chamou atenção para a importância da assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), na semana passada, concluindo negociações que atravessaram três décadas.
“Finalmente assinamos um acordo histórico e estratégico com a UE. O Brasil tem menos de 2% do PIB do mundo; 98% do comércio está fora do Brasil. Hoje, quem cresce é quem tem comércio exterior. Toda a prioridade a uma indústria mais exportadora e mais produtiva”, afirmou o vice-presidente.
Metas da Missão 5
Na reunião do “Conselhão”, Alckmin apresentou as novas metas da Missão do NIB, para o período entre 2026 e 2033, e também anunciou as cadeias prioritárias, aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
De acordo com o Palácio do Planalto, a primeira meta é “promover a indústria verde, reduzindo a intensidade de emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto em consonância com as metas setoriais do plano clima”.
O governo pretende ampliar em 27%, em 2026, e 50%, em 2033, a participação dos biocombustíveis e elétricos na matriz energética de transporte. Além disso, o objetivo do programa é ampliar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em mais de 10%, em 2026, e 30%, em 2033.
Na nova fase do NIB, o CNDI definiu seis cadeias prioritárias para o desenvolvimento industrial da Missão 5: diesel verde e combustível sustentável da aviação (SAF); hidrogênio de baixa emissão de carbono; biometano; aço e cimento verde; aerogeradores; e painéis solares.
“A definição das cadeias levou em conta os objetivos específicos das missões, a existência de capacidades locais construídas, o potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica, e o impacto para a cadeia produtiva, e para a geração de empregos qualificados”, diz o governo federal.
Combustíveis sustentáveis
Durante a reunião, a Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram uma chamada pública, no valor de R$ 6 bilhões, para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação e navegação.
O Plano Mais Produção (P+P), braço de financiamento da NIB, tem R$ 507 bilhões em linhas de crédito para financiamento das ações de desenvolvimento industrial, entre 2023 e 2026.
Até aqui, a indústria brasileira já anunciou R$ 2,2 trilhões de investimentos, para a ampliação e construção de novas fábricas, entre outras medidas.
Veja os setores que anunciaram investimentos:
- Construção – R$ 1,06 tri
- Energias renováveis – R$ 380,1 bi
- Agroindústria – R$ 296 bi
- Automotivo – R$ 130 bi
- Papel e Celulose – R$ 105 bi
- Tecnologia da Informação e Comunicação – R$ 100,7 bi
- Aço – R$ 100 bi
- Saúde – R$ 39,5 bi
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