O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 431 células-tronco de medula óssea disponíveis para transplante até novembro de 2024, um aumento de 8% em comparação com as 398 coletas realizadas em 2023. Os dados são do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
O número de novos doadores alcançou 129 mil pessoas até novembro de 2024, superando os 119 mil registrados em 2022. O cadastro de receptores também apresentou crescimento significativo: foram 2.060 inscritos nos primeiros 11 meses de 2024, após atingir 2.201 em 2023.
“No Brasil, 70% a 75% dos pacientes que possuem um doador compatível o identificam no REDOME, enquanto 65% dos transplantes realizados utilizam um doador brasileiro”, disse Danielli Oliveira, médica do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e coordenadora técnica do REDOME.
O banco brasileiro, coordenado pelo INCA e financiado pelo Ministério da Saúde, é o 3º maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo e o único com financiamento exclusivamente público. Atualmente, conta com mais de 5,9 milhões de cadastros.
A busca por doadores segue um protocolo específico no sistema de saúde. Quando um paciente necessita de transplante, a primeira verificação de compatibilidade é feita entre familiares. Caso não haja correspondência genética na família, inicia-se uma busca nos registros de doadores do Brasil e do exterior. A equipe do REDOME utiliza tecnologia avançada para cruzar informações genéticas e identificar possíveis doadores, que são então contatados para confirmar disponibilidade e realizar exames complementares.
O transplante de medula óssea é essencial para o tratamento de aproximadamente 80 doenças graves do sangue e do sistema imunológico, incluindo leucemias, linfomas e síndromes de imunodeficiência.