A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) reagiu à declaração de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, na 4ª feira (20.nov.2024), quando anunciou que a rede varejista não venderá mais carnes provenientes do Mercosul, incluindo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A Abiec afirmou que a decisão vai contra os princípios do livre mercado e pode afetar as operações do Carrefour no Brasil, onde há cerca de 1.200 lojas abastecidas com carnes brasileiras.
“Tal posicionamento vai contra os princípios do livre mercado e é contraditório, vindo de uma empresa que opera cerca de 1.200 lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras, reconhecidas mundialmente por qualidade e segurança”, afirmou em nota.
“Ao adotar um discurso protecionista em defesa dos produtores franceses, o Carrefour fragiliza seu próprio negócio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento, já que a produção local não supre a demanda interna”, continuou a Abiec.
A associação destacou o reconhecimento mundial das carnes brasileiras pela qualidade e segurança e mencionou o aumento de 172% na produtividade da pecuária nos últimos 30 anos, com uma redução de 16% na área de pastagem.
“Decisões como essa não prejudicam apenas o Brasil, mas também a França, que depende de diversas commodities brasileiras. Em um mundo de desafios crescentes para a segurança alimentar global, o diálogo e a cooperação são mais urgentes do que nunca”, concluiu a associação.
Ainda na 4ª feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou a decisão, chamando-a de ataque de empresas francesas ao Brasil. Ele também sugeriu que a postura do Carrefour poderia ser uma tentativa da França de se opor ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.