Imagens mostram a transformação de um cenário predominantemente marrom, da mata seca, em um ‘mar’ verde vibrante. Guia turístico registra mudança na paisagem do Parque Nacional Serra da Capivara
O guia turístico Edu Coelho, que atua há cerca de 20 anos no Parque Nacional Serra da Capivara, registrou a mudança na paisagem da Caatinga no local antes e depois das chuvas dos últimos dias na região.
O vídeo acima mostra o registro mais recente, após as chuvas, feito na terça-feira (19). Nas imagens é possível ver o cenário predominantemente verde. Em seguida, há uma montagem que mostra três fotos da área em momentos diferentes.
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O primeiro, em 12 de novembro, com o local quase todo em tom marrom, de mata seca. Depois, em 17 de novembro, já com o verde se sobressaindo, e, por fim, a imagem de terça, com a mata em verde vibrante.
Edu Coelho diz que observa essa transformação da paisagem todos os anos, com início da estiagem em maio e a chegada das chuvas em novembro. Contudo, uma mudança que ele e moradores da região têm percebido é o aumento da intensidade dos incêndios florestais.
Mudança na paisagem do Parque Serra da Capivara com a chuva; veja antes e depois
Edu Coelho/Arquivo pessoal
“Tem aumentado nos últimos anos. Isso pode ser explicado pelo aumento da temperatura e da seca, que torna o bioma caatinga mais vulnerável. A principal causa é a baixa umidade, que deixa a vegetação seca e mais propensas”, afirmou.
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“Uma das formas de preservar a Serra da Capivara é incentivar o turismo na região, além da educação ambiental”, completou o guia turístico.
Segundo Edu Coelho, o Parque Nacional Serra da Capivara recebeu, em 2023, mais de 37 mil visitantes, mas as riquezas do lugar são dignas de muito mais e ele, que reside em Coronel José Dias, sente-se realizado com sua profissão.
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“Moro a 8 km do principal cartão postal da Serra da Capivara, a Pedra Furada, do Museu da Natureza e, ainda, do principal sítio arqueológico da América: Boqueirão da Pedra Furada, onde os vestígios chegam as datações de mais de 100 mil anos”, contou ao g1.
“Meu escritório é um lugar incrível e único no mundo, onde estão guardados tesouros incalculáveis, como os sítios arqueológicos, as pinturas rupestres e a nossa caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro”, declarou.
Sobre o Parque Nacional Serra da Capivara
Pedra furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara.
Celso Tavares/G1
O Parque Nacional Serra da Capivara foi fundado no dia 5 de junho de 1979 como uma unidade de conservação de uso integral. Com 130 mil hectares e mais de 1.200 sítios com arte rupestre, pinturas feitas em rochas e paredes de cavernas há milhares de anos, atrai cientistas e turistas de todo o mundo.
Os trabalhos realizados no parque pela equipe da arqueóloga Niède Guidon, presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), foram fundamentais para comprovar que os primeiros homens a chegarem na América datam de cerca de 100 mil anos.
No parque é possível encontrar registros rupestres pré-históricos, especialmente as pinturas gravadas nas rochas com cenas de caça, sexo, guerra e outros aspectos da vida cotidiana.
O local ainda tem cânions gigantescos que chegam aos 200 metros de altura, além de belíssimos platôs. Os paredões são resultados da movimentação das placas tectônicas da Terra há cerca de 200 milhões de anos.
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