A moeda norte-americana ficou praticamente estável, com uma alta de 0,01%, cotada a R$ 5,7698. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 0,14%, aos 127.698 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar perdeu o ímpeto visto pela manhã, mas conseguiu fechar a sessão desta terça-feira (12) em leve alta, conforme investidores repercutiam a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Em sua última reunião, o colegiado elevou a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual, levando-a ao patamar de 11,25% ao ano.
O Copom sinalizou que continua comprometido com o combate à inflação e que pode subir mais os juros. Também falou sobre o cenário fiscal, dizendo que a redução no ritmo do crescimento dos gastos públicos pode induzir o crescimento econômico do Brasil ao longo dos anos.
Isso aconteceria por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos.
No mesmo sentido, o mercado segue à espera do anúncio do pacote de cortes de gastos do governo. Na segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Lula pediu a inclusão de mais um ministério no plano.
Segundo Haddad, o debate já foi concluído com os ministérios que vinham se reunindo com a área econômica e com Lula na última semana – por exemplo, Saúde, Educação e Previdência Social.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,01%, cotado a R$ 5,7698. Na máxima do dia chegou a R$ 5,7980. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,57% na semana;
recuo de 0,20% no mês;
ganho de 18,90% no ano.
No dia anterior, a moeda subiu 0,56%, cotada a R$ 5,7695.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,14%, aos 127.698 pontos.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,03%, aos 127.874 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,03% na semana;
perdas de 1,42% no mês;
recuo de 4,70% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda desta terça-feira, a atenção dos investidores ficou voltada para a ata da última reunião do Copom, divulgada pela manhã. No documento, o colegiado afirmou que o cenário econômico se tornou mais desafiador por conta do aumento das projeções para a inflação.
Segundo o colegiado, uma redução no ritmo do avanço dos gastos públicos, principalmente de forma mais estrutural, com cortes permanentes, pode ser um indutor do crescimento econômico do país nos próximos anos.
Esse crescimento, segundo o Copom, aconteceria por meio do impacto da contenção de despesas nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos.
A lógica é que, com a redução de gastos e menor pressão sobre o endividamento do país, as taxas de juros bancárias poderiam ser mais baixas. Isso ampliaria empréstimos para o consumo e para o setor produtivo, que realizaria mais investimentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma série de reuniões com diversos ministérios nos últimos dias para tentar fechar um pacote de medidas de cortes de gastos e garantir as metas fiscais dos próximos anos.
Até o momento, representantes de pelo menos 12 ministérios já se reuniram com Lula e a estimativa é cinco devem ser atingidos pelo pacote:
Saúde;
Educação;
Trabalho e Empresa;
Desenvolvimento Social;
Previdência Social.
A demora no anúncio das medidas, no entanto, continua a preocupar o mercado financeiro. Especialistas explicam que, quanto mais tempo o governo demorar para anunciar o plano de corte de gastos, mais o mercado fica desconfiado e busca formas de proteger seus investimentos, o que tende a valorizar o dólar em detrimento do real.
Além disso, o mercado ainda continua a repercutir os dados do último boletim Focus, relatório que traz projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país. O documento, divulgado nesta semana, trouxe uma nova alta nas expectativas para a inflação deste ano, que chegaram a 4,62%.
A meta para este ano é de 3% e será considerada formalmente cumprida se estiver em um intervalo entre 1,5% e 4,5%. Para 2025, a estimativa de inflação também subiu, de 4,03% para 4,10%. A meta de inflação para o próximo ano também é de 3%, com o mesmo intervalo de limite inferior e superior.
No cenário internacional, a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos continua a fazer preço nos mercados. Pesam as perspectivas de que as medidas que o novo chefe de Estado quer impor na maior economia do mundo podem ter efeito inflacionário e pressionar por novos aumentos de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
As expectativas sobre a economia da China também seguem no radar, após investidores terem se decepcionado com o novo pacote de estímulo anunciado pelo governo do gigante asiático na última semana.